12 de setembro de 2011

SURGE UM NOVO TEMPO PARA O COMÉRCIO INFORMAL

Nayanne Santana  

Camelôs e feirantes recebem cartões bancários que dão acesso a credito de R$ 5 mil para investir em seus empreendimentos

“Vou utilizar esse dinheiro para aumentar o meu estabelecimento e para comprar mercadorias em São Paulo e revendê-las aqui. O importante é saber que tem que utilizar bem esse dinheiro para gerar mais renda”, afirmou o camelô Pedro Nascimento. (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Aos poucos a vida de 1.800 camelôs e feirantes que atuam em Rio Branco vai sendo modificada e os pequenos empreendimentos desses trabalhadores vão se expandido e saindo da informalidade para se tornarem negócios rentáveis.

No Acre, essa expansão está  sendo possível devido ao programa executado pela Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN) em parceria com o Banco do Brasil, prefeitura e Sebrae que possibilitou o acesso ao crédito bancário no valor de R$ 5 mil exclusivo para esta categoria, com juros abaixo do praticado pelo mercado e com parcelamento em até 60 vezes.

Na manhã desta sexta-feira, 9, durante solenidade realizada na agência do Banco do Brasil localizada no bairro 15, na Via Chico Mendes, o governador Tião Viana; o secretário de Pequenos Negócios, José Reis; o secretário de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro; o superintendente do Banco do Brasil, José Carlos Salerno; o gerente do Sebrae, Clóvis Pereira, participaram da entrega de cartões bancários que beneficiaram, neste início, 35 camelôs.

O comerciante Pedro Cunha Nascimento, que há dez anos trabalha com a venda de confecções, foi um dos camelôs que receberam seu cartão. Ele revela que o crédito já tem destino certo.

“Vou utilizar esse dinheiro para aumentar o meu estabelecimento e para comprar mercadorias em São Paulo e revendê-las aqui. O importante é saber que tem que utilizar bem esse dinheiro para gerar mais renda”, afirmou.

Pedro Nascimento ressalta que o acesso ao crédito chegou em ótima hora. A mesma afirmação é feita pela comerciante Antônia Lima, que trabalha com venda de produtos customizados e artesanatos.

“Eu não acreditava mais que um dia nós poderíamos ser tão bem tratados. Durante muitos anos nós víamos as outras categorias de trabalhadores serem beneficiadas com acesso ao crédito, mas graças a Deus, ao trabalho do governador e de nosso sindicato hoje eu posso entrar num banco, ter um cartão e o melhor, ter dinheiro para melhorar meu comércio”, diz Antônia Lima. 

O presidente do Sindicato dos Camelôs e Feirantes da capital, Edigley Rosendo, o Edi Celular, comemora a mudança na vida de seus companheiros. 

“Agora o nosso sonho é real. Esse é o pontapé inicial desse novo momento. Trinta e cinco pessoas já receberam seus cartões e todos sabem exatamente o que vão fazer com esse dinheiro. Aos poucos a linha de crédito é liberada e esse dinheiro será visto em investimentos.

O governo do Estado está  tratando os camelôs de maneira digna, como nunca tínhamos sido tratados”, observou o sindicalista.

O superintendente do banco, José Carlos Salerno, explica que o crédito cedido aos feirantes e camelôs faz parte de uma linha de financiamento especial do Banco do Brasil conhecida como DRS (Desenvolvimento Regional Sustentável), uma estratégia negocial da instituição financeira que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões onde o Banco atua.

Trabalho e parcerias que dão certo 

O governador Tião Viana ressaltou que esse novo horizonte que surge traz consigo uma oportunidade que será traduzida em empregos que geram salários e, por conseguinte, geram compras.

Tião destacou que a economia informal tem força no mundo inteiro, mas nota que os comerciantes desse setor não investem na formalização de seus negócios porque, em alguns casos, a margem de movimento não é suficiente.


“Com uma atividade dessas, que permite acesso ao crédito, as pessoas se identificam e passam a ter crédito, comprar de maneira regular, em maior escala, a vender e gerar empregos. Assim, o pequeno se torna um gigante. O camelô se torna alguém que abre oportunidade para a vida do país. O crescimento de empregos gera renda que ajuda na receita do Estado e do país. É uma atividade que merece respeito, consideração e está recebendo com o apoio do Governo do Estado, do Sebrae do Banco do Brasil , da Prefeitura e da presidente Dilma”, declarou. 

José Reis, secretário de Pequenos Negócios, lembrou que os camelôs e feirantes não terão apenas acesso a dinheiro para investir em seus empreendimentos. Ele conta que esses trabalhadores terão acolhimento por parte do banco, do Sebrae, da SEPN e ainda, da Secretaria de Estado de Educação que tem um projeto dentro deste programa. 

“Essa parceria com a SEE vai levar aos camelôs a oportunidade para que eles possam dar prosseguimento aos estudos e aprimorar o trabalho. O projeto atende a todas as expectativas desse pessoal que precisava de uma atenção especial. Isso que é a proposta do governo, isso representa o servir de todo o coração, que é levado pelo governador Tião a todo o Acre”, pontuou. Os beneficiados pelo programa do DRS urbano terão capacitações prestadas pelo Sebrae. 

Mais oportunidades de crédito  

Durante a solenidade de entrega dos 35 cartões o superintendente do Banco do Brasil, Carlos Salerno, revelou que nos próximos dias o valor do crédito passar a ser de R$ 15 mil. O acréscimo será possível por meio do MPO (Microcrédito Positivo Orientado), lançado pela presidente Dilma Rousseff no mês passado.

“O Banco do Brasil está autorizado a operar esse crédito que vai até o limite de R$ 15 mil e com taxa de juros de 0,64 ao mês. Uma taxa bastante acessível, que vai proporcionar aos nossos feirantes e camelôs a chance de fazer seus investimentos, seu capital de giro e poder melhorar o ganho nos seus negócios”, destacou Salerno.

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